O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) negou que mantenha contato com o presidente do PL, Valdemar Costa Neto. A declaração foi uma resposta às afirmações do governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), que disse em entrevista que os dois – Bolsonaro e Valdemar – “conversam muito”.
“Eu não tenho conversado com ninguém. (Jorginho) deu uma escorregada. Não é verdade, ato falho dele. Ele fez uma nota no mesmo dia. Não tenho conversado com ninguém, nem posso conversar sequer com advogados que defendem outros desse inquérito”, disse.
Como são investigados no inquérito dos atos antidemocráticos, Bolsonaro e Valdemar estão proibidos de ter contato por determinação do ministro Alexandre de Moraes.
A partir da declaração de Mello, que durante entrevista disse que Bolsonaro e Valdemar ‘conversavam muito’, o ministro o intimou o governador de Santa Catarina para ser ouvido pela Polícia Federal, por entender que a fala indica uma possível violação às medidas cautelares impostas.
O despacho é de sexta-feira (17), e nele Moraes transcreve a declaração exata de Jorginho Mello à Jovem Pan. “E o nosso presidente Valdemar conversa muito com o presidente Bolsonaro, que é o presidente de honra [do PL], né? Espero que, daqui um pouquinho, eles possam conversar na mesma sala, né? Para se ajudar ainda mais”, disse o governador na ocasião.
A medida cautelar imposta pelo STF em fevereiro do ano passado não restringe apenas os contatos pessoais entre os investigados, mas qualquer tipo de contato. Diante disso, Moraes determinou a apuração dos fatos e a oitiva do governador pela Polícia Federal.